Dia Nacional da Ciência: lives e tuitaço aproximam você do mundo científico

A ciência é um processo, não uma fábrica de resultados mágicos (Pexels)
Hoje, dia 8 de julho, é o Dia Nacional da Ciência. E acho que com a quarentena do covid-19 chegando a quase quatro meses, não preciso explicar a importância da ciência para a humanidade, certo?
Mas talvez exista um aspecto da ciência que vocês não conheçam: o processo científico. A jornada desde uma ideia na cabeça dos cientistas até o resultado final, alardeado na imprensa. Afinal, eu mesmo talvez seja culpado disso, já que mostro as grandes descobertas aqui no blog Espaço-Tempo sem necessariamente explicar o que veio antes. Já pararam para pensar na quantidade de trabalho por trás de um avanço científico?
O método científico
O método científico é um pouco como uma receita de bolo que cientistas usam em suas pesquisas: formule uma hipótese, teste sua hipótese através de experimentos e confirme ou não sua nova teoria dependendo dos resultados. Fácil, não? Errado, dificílimo.
Difícil porque precisamos ter certeza do que foi feito antes. Quais os resultados pré-existentes são importantes para nossa pesquisa? O que poderia dar errado em nosso experimento? É um período estendido de leitura e revisão bibliográfica. Afinal, a ciência não é feita por um indivíduo, mas por uma grande comunidade interconectada.
Difícil porque as coisas dão errado. Experimentos não são mágicos e podem apresentar problemas técnicos. Noites de observação em telescópios podem ser perdidas devido ao mau tempo, e teremos que esperar mais seis meses por uma oportunidade (já aconteceu várias vezes comigo). É o imprevisível, sempre dando as caras na ciência.
Difícil porque a análise de dados não é algo simples. É preciso interpretar os dados, fazer uso da estatística, refletir sobre o que está por trás daqueles resultados. Afinal, estamos tentando interpretar a natureza, e devemos pensar em todos os efeitos e propriedades que poderiam gerar aqueles mesmos resultados. Isso é evidente no desenvolvimento de vacinas, que requerem diversas etapas de teste desde o laboratório até as provas em seres humanos.
Viva a ciência
Por isso tudo, é importante mostrar ao público o trabalho duro desenvolvido por cientistas no Brasil — que além de superar todos esses obstáculos, devem lutar também contra os problemas de infraestrutura por falta de financiamento. A vacina contra a covid-19 não virá de um lampejo de genialidade, mas do trabalho duro sendo feito ao longo de todos esses meses.
Assim, para celebrar cientistas nesse dia, haverá um tuitaço com a hashtag #CientistaTrabalhando. Serão pesquisadores e pesquisadoras de todo o país mostrando que, até chegar naquele momento de "Eureka", tem muito "Ah não!", "Droga", "Ufa!" e outras interjeições impublicáveis.
Se estiverem interessados, sigam as postagens usando a tag nas redes sociais, e não percam os diversos eventos para celebrar o dia! Alguns exemplos:
- A Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP) realiza às 11h o debate "Vacinas contra doenças parasitárias" com a participação de Miriam Tendler (IOC/Fiocruz) e Ana Paula Fernandes (UFMG);
- Mais tarde, o Museu da Vida da Fiocruz recebe Aryella Maryah Correa e Roberta Lemos a partir das 15h para um bate-papo sobre Farmacologia e Saúde Coletiva. Live no perfil do Instagram;
- Às 18h, a Força-Tarefa do Amerek, curso de especialização em comunicação da ciência da UFMG, tem live sobre a luta contra o coronavírus com Fabiana Pinto, Nina da Hora, Marden Campos e Hugo Fernandes-Ferreira;
- Finalmente, Ana Lúcia Tourinho, da UFMT, recebe Nadia Pontes, Lucy Souza e Rita Mesquita às 19h para falar sobre a Amazônia.
Esta coluna foi produzida especialmente para a campanha #CientistaTrabalhando, que celebra o Dia Nacional da Ciência. Ao longo do mês de julho, colunistas cedem seus espaços para abordar temas relacionados ao processo científico, em textos escritos por convidados ou por eles próprios.